quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Menopausa II Por Fernanda Torres

Calores O doutor desconfiou e tirou a prova. Ganhei nota zero nos exames hormonais. Era ele, o bicho papão do climatério Meus 50 anos, completados no dia 15, chegaram com a força de uma tempestade perfeita. A data coincidiu com o rebaixamento da nota de investimento do Brasil, a desvalorização do Real, a ameaça de impeachment e os calores furtivos da maturidade. Um dia antes do cumpre anos, Joaquim Levy apresentou o plano para sanear o Orçamento de 2016. Eduardo Cunha reagiu com o sorriso cínico habitual, e tive receio de que o presidente da Câmara exigisse, via Embratel, a cabeça da presidenta numa bandeja de prata para aprovar a proposta. A insônia, algo novo em minha vida, virou rito diário. A consciência desperta às 4h30 e entra num vórtex de preocupações. A certeza do abismo para o qual caminha o país, o corpo, a profissão e o futuro dos filhos. O doutor desconfiou e mandou tirar a prova. Surpresa, ganhei nota zero nos exames hormonais. Era ele, o bicho papão do climatério. Temo tocar no assunto e virar porta-voz de um fenômeno vivido em sigilo pela maioria absoluta das mulheres. A mudez é a mãe da ignorância. Numa época em que o sexo é encarado com naturalidade e a causa gay defendida no horário nobre, surpreende o quanto a menopausa se mantém velada, secreta. Algo perdida, cliquei na página de Drauzio Varella e quase me atiro pela janela com a descrição do que está por vir: a já conhecida insônia, osteoporose, perda de libido, depressão, irritação, gordura localizada, problemas coronarianos, uma sucessão de horrores difícil de encarar. Encontrei-me com Drauzio no casamento de um amigo e pedi que ele tivesse a compaixão de rever o resumo. Ele prometeu checar, observando que o fim do ciclo reprodutivo da mulher é um dos processos mais preteridos pela ciência. A medicina é uma cadeira dominada pelo sexo masculino, disse ele. Se os homens sofressem as mesmas transformações, Drauzio disse ter certeza de que os laboratórios teriam se dedicado com mais afinco a atenuar os sintomas. Mas o que me toca não é tanto a reviravolta feminina e, sim, a constatação de que o século 20, aquele em que me firmei como gente, é, hoje, tão ultrapassado quanto o século 19. A crise moral à direita e à esquerda marca o fim dos ideais traçados lá atrás, na Revolução Francesa. Assisto à loura gelada do horário eleitoral do PMDB, seguida por Cunha falando do país que ele sonha para si e farejo o surgimento de uma onda niilista, agressiva, punk. Um desejo de terra arrasada por parte da população. Feliz, reunida em torno do bolo com os amigos de uma vida inteira –jornalistas, cineastas, diretores, escritores, atores, músicos e produtores–, tive a impressão de que brindávamos em meio ao Baile da Ilha Fiscal. O desmanche da indústria fonográfica, na virada do milênio, acontece agora nas Redações de jornal, nas produtoras de TV, no mercado editorial, na publicidade, no teatro, no cinema, no mundo como eu o conheço. É claro que outras formas de pensar surgirão, mas impressiona testemunhar a história. Outro dia, vi uma foto de Bibi Ferreira criança no colo de Procópio. Me senti toda ela, filha do circo, vinda de outra civilização. Envelhecer. Jamais achei que fosse acontecer comigo. Fernanda Torres, Folha de São Paulo , 25/09/2015

Menopausa I - Por Hilda Lucas

O OUTRO LADO DA MENOPAUSA É mais ou menos assim: um dia você acorda quadrada, ou talvez, ballonnée, ou pior, com jeito de matrona! A menopausa não é colega – ouvi de uma mulher numa sala de espera de dermatologista. Estávamos as duas com os rostos inchados e chamuscados por lasers e peelings, folheando perversas revistas de moda e frivolidades, onde todos são jovens e felizes, depositando míseras gotículas de esperança nos raios que nos partem daqueles aparelhos de última geração. Balancei a cabeça como uma vaca no matadouro e, sem pestanejar, movida pela absoluta cumplicidade daquele instante, falei para a minha colega: A menopausa é uma filha da mãe, isso sim! Caímos na maior gargalhada e assim ela se tornou a minha primeira amiga de menopausa. A menopausa é um seqüestro. Uma versão, só para mulheres, de praga bíblica. Inferno astral que antecede a terceira idade. É tragicômica, portanto, para encarar, só rindo. Um dia você está no meio da sua normalidade, é arrancada de tudo que você tem como referência física de si mesma e é lançada a uma espécie de funilaria às avessas. A libido diminui na mesma proporção em que aumenta a irritabilidade. Você não só não pensa tanto, nem gosta tanto, nem se importa tanto mais com sexo, como para compensar vira uma criatura instável, pavio curto, sem paciência para nada, capaz de discutir com um poste, de deprimir à toa, ter crise de choro com anúncio de seguradora e ataque de ansiedade ao ler o jornal. Enfim, você vira uma pessoa bem complicada, ou melhor, complexa. E, até então, você achava que TPM era o pior que podia acontecer. Os sintomas aparecem inadvertidamente, como assaltantes, em maior ou menor intensidade, bizarros e infalíveis. Lá estão eles: ressecamento – escolha onde você terá; celulite – a pele de pêssego é substituída pela casca de laranja; flacidez – é a triste irrevogabilidade da lei da gravidade; manchas senis – essas pelo menos trazem o consolo dos muitos verões bem vividos; insônia – e com ela balanços complicados da vida; calores – esses são um requinte de crueldade, tão desprovidos de sentido que nos fazem refletir sobre a transcendência da agonia dos ovos cozidos; esquecimentos – sua memória vira uma espécie de vácuo e você passa por constrangimentos inenarráveis como aquela frase típica: “sabe aquele filme, daquele diretor, com aquela atriz, como é mesmo o nome?”; ossos de papel – e o perigo de tombos ridículos resultarem em cirurgias espetaculares onde pinos e próteses são implantados sem cerimônia; cabelos ralinhos de palha de milho – a sua trança de potranca virou um tererê; cintura - convexa ou quase inexistente com direito àqueles dois afundadinhos nas costas, como se você fosse feita de massinha de modelar; olhar – embaçado por uma nata azulada (catarata, não!!!) toldado por pálpebras fofas, generosas – e você começa a achar que tem ascendência mongol; juntas sacanas – com data de validade vencida e, como se não bastasse, a lembrança recente, acachapante, perturbadora e descompassada de como você era antes da menopausa. Você era jovem ontem! Que dó, que desperdício! Esse é o ponto crucial: o estranhamento entre o que vemos e a nossa imagem interna. Não se trata da negação da velhice, da morte. Não. É bem mais simples e raso: você simplesmente não gosta do que vê! Trata-se de uma incapacidade temporária para sobrepor imagens, aceitar limitações, apurar um outro olhar. Você ainda não tem parâmetros para entender em que você está se transformando. Você resiste bravamente. Convoca uma legião de especialistas, as forças do Bem, o exército da salvação. Faz reposição hormonal, contrata um personal, dá uma passadinha na sex shop, engole quilos de soja, linhaça e sucos de cranberry, toma antidepressivo, Ômega 3, aplica botox, faz drenagem linfática, vai ao plástico, ao dermatologista, ao ortomolecular, à nutricionista, ao psicanalista, ao astrólogo, à fisioterapeuta e ouve o seu ginecologista como se ele fosse o oráculo de Delfos. Seus modelos e referências estão no passado e a menopausa – trombeta apocalíptica – anuncia um futuro onde você vai ter de mostrar que aprendeu lições, mereceu cada ruga e está pronta para mais trinta anos. A menopausa é uma puberdade invertida. E, como tal, é também casulo, travessia, transformação. Divisor de águas, experiência de deserto, freio de arrumação, faxina. Teste crucial de espírito esportivo, capacidade de adaptação e instinto de sobrevivência. Passa. Demora, mas passa, e você sobrevive, como sobreviveu à pororoca hormonal da adolescência; você há de superar o declínio daqueles mesmos hormônios e seus asseclas que um dia já te enlouqueceram. (Esqueceu que você sobreviveu, com muito menos recursos, às cólicas, às espinhas, aos pelos encravados, aos ovários policísticos, à vergonha do próprio corpo, à oscilação de humor e à melancolia dos anos tenebrosos da adolescência?) E aí, passada a tempestade, vem a bonança, a libertação. Você estará livre de ter que ser bonita, magra, eficiente, querida, desejável, vencedora, fértil, competitiva, invejada, elegante, gostosa, informada, culta, legal, conectada, tudo ao mesmo tempo. Ufa!!! Depois dos achaques, perrengues e mudanças, a menopausa inaugura a maturidade: a síntese da mulher que você construiu ao longo dos anos, fases e etapas, a essência que fica, depois que os papéis de jovem fêmea produtiva estão cumpridos. Seu rosto é a cara da sua vida. Sua bagagem é tão grande que dá para jogar fora um monte de supérfluos e pesos mortos. Seu tempo é só seu e você não precisa provar mais nada para ninguém. Seu maior desafio é ter-se tornado uma boa companhia para si mesma. Você reformula premissas, um estar no mundo mais relaxado, uma maior complacência com suas imperfeições, dificuldade e vícios. Você já não quer mudar o mundo, você quer compreendê-lo; você já não precisa agradar às pessoas, você quer viver em paz e ser respeitada. Não há mais pressa; a vida vira um bom vinho a ser apreciado, com generosidade e prazer. A menopausa é um tremendo rito de passagem. Talvez o último antes da definitiva passagem. Inevitável e necessário. Coisa de gente grande. O relógio biológico é inclemente, imparcial e, portanto, justo. Haja coragem e bom humor! Não há negociação possível, apenas a vida seguindo seu curso. Então, que venham os ciclos, todos. Com seus sustos, sombras e transformações. Com suas libertações, rearranjos e alegrias. Que venham os dias, as horas, as marés, as auroras, todas. Hilda Lucas in www.mdemulher.abril.com.br

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Rosácea- testando bio-oil

Tenho rosácea, encontrei no site Minha Vida esta definição:"A rosácea é uma doença de pele comum, cujos sintomas envolvem áreas de vermelhidão na pele e lesões inflamadas, especialmente nas bochechas, nariz, testa e queixo. Muitas vezes começa entre as idades de 30 e 50 anos e afeta mais mulheres do que homens". Minha pele é boa mas tenho tentado acabar com essa rosácea sem solução, melhora muito com um produto para pele sensíveis da ADCOS mas o efeito é cosmético, minha dermato disse que está muito ligado a stress e piora nos dias frios. Ganhei da representante da Bio-oil , Flavia Kilsan este produto que começo a testar hoje.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Pintando os cílios

Acordei muito incomodada com os meus cílios, no processo de ficar mais velha , além do meu cabelo e sobrancelhas, eles estão ficando brancos. Isso exige rímel diariamente mas nem sempre você está com vontade de usar ou vai malhar e borrar. Liguei para a minha mega esteticista Vallery Tibério e perguntei se ela poderia pinta-los.
Então, está aí o resultado, quando acordei e depois da aplicação da tinta Refecto Cil. Não faça isso em casa com qualquer produto pois pode te dar a maior alergia. Da para ver que dei um up na sobrancelha tb, Vou colocar o processo para vocês verem como é simples e rápido, ela disse que em loiras a tintura fica ainda mais marcante.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

DIA DO CICLISTA

Hoje é dia do ciclista, 19 de agosto, eu adoro andar de bike e no começo do ano um neurocirurgião disse que eu não andaria mais, por conta de uma hernia de disco que em dezembro passado me travou. O primeiro médico, na linha açougueiro, disse que tudo se resolveria com meia duzia de parafusos nas costas. Aí, você saí procurando alternativas, já que cirurgia não era uma opção. Meu ortopedista, (por que depois de certa idade, é bom você ter um bem próximo, por que se não é o ombro, é o joelho, ou outro osso qualquer) já me tranquilizou, eu ia sim voltar a andar de bike, sem grandes sacolejos, mas ia voltar. Injeções(não gosto nem da palavra) nas costas, homeopatia alemã, deu certo com o ombro, ia dar certo com a hernia maldita. Por indicação, cheguei em um massagista, ele assim se intitula, colocou uma vizinha de volta a vida de academia , caminhadas e tudo mais. Se eu contar o que é uma sessão com ele, vocês vão chorar, é o que faço sempre. Doí muito. Depois melhora. Comecei fazendo uma sessão por semana, depois quinze dias e agora de mensalmente. Vou dizer uma coisa , é só para os fortes. Por fim, estou melhorando, semana passada voltei a pedalar o que me deu enorme alegria. Pedalar é um bom exercício, , bicicleta é um bom meio de locomoção.

Vou voltar

Resolvi voltar a escrever no meu blog, o tempo está passando, estou ficando mais velha, já pertinho dos 58, e a população brasileira vai envelhecendo, diferente do passado , com maior expectativa de vida. Acredito que escrever , falar sobre isso seja bem legal. Claro, beleza também que ninguém quer ser a velhinha feia. Então, vou falar das novidades , tratamentos, tudo para mantermos a saúde e a boa aparência. Espero que gostem.